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Giló - O Papagaio Indiscreto

#Aqui no Papagaio e no Sapo Blogs outra vez? Pá! Vão à praia, façam amor com a(o) namorada(o)... evitem é perder o vosso precioso tempo neste botequim! Podiam, pelo menos, ter o bom gosto de escolher outro blog #

E se eu casasse com alguém da realeza?

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  Isto da plebe se misturar com a realeza continua a não dar jeito nenhum!  A História mostra-nos fartamente que viveu o seu próprio passado, crivada de casos em que o amor e as paixões (ou o desejo meramente carnal) entre classes tinham de se esconder e evadir, perante os  acusatórios olhares indiscretos. Pelo constrangimento da extrema inflexibilidade de estatuto e do preconceito social, nas eras supostamente "mais atrasadas".

    Mas hoje, o plano de fuga, para os amantes, continua a ser obrigatório. A diferença reside no facto de a pena ter recebido contornos ligeirissimamente diferentes: se o filho de um grande proprietário ou senhorio branco se enrolasse de perdições para com uma escrava negra,  isso daria direito ao exílio para um e ao tronco para a outra. Se a princesa da corte se apaixonasse por um homem do povo, ficaria ela encarcerada na torre do palácio ou entregue às irmãs descalças, no convento, para o resto da vida, mal se descobrisse o caso; o plebeu ficaria sem cabeça ou levaria um balázio no meio da testa, sem haver testemunhas do sucedido.

   Este papel, nos nossos dias, é protagonizado pela comunicação e redes sociais, que andam sempre de mão dada e de olho por cima da cerca, prontas a fazer queixinhas, a transformar a vida dos outros num misérrimo inferno, sistematicamente a sufocar, à falta de Lei e outro Tribunal Oficial Punitivo. Depois, é só disparar as objetivas (como se fossem metralhadoras) e deixar que a opinião pública em massa faça o resto. Tal como no passado, não há descanso, ainda que a sociedade se auto-retrate como mais tolerante e aberta à igualdade de direitos e à legítima aproximação emocional e social entre as pessoas, mesmo através do amor...TRETAS!

    No dia em que eu cair no erro e me apaixonar por alguém da realeza (algo fragilmente improvável!) pagarei igualmente pelos meus pecados e nunca mais terei descanso, como no passado! Certamente, em vez de levar com os paparazzi, as socialitês cor de rosa da TV e os bloggers sempre em cima, a analisarem-me a cor das cuecas e a troçarem da fatura sovina de compra do chapéu e do paletó da praxe, bem como mil mulheres (e homens!) a acusarem-me de ter mantido relações com eles todos no mesmo dia e de os ter engravidado ao mesmo tempo, acho que preferirei viver em reclusão com as irmãs descalças ou ser encarcerado na tal de torre mais alta do palácio, a fazer roca! À falta destas duas opções, provavelmente ainda considerarei  a possibilidade das chibatadas no tronco ou um tiro nos cornos como um mal menor. 

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