Depois da última comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, que decorreu em Portalegre, o país não se livra da polémica que envolve a discussão sobre as desigualdades nacionais, a crescente falta de oportunidades e a desertificação massiva do interior. A celeuma tem crescido, até porque João Miguel Tavares já se ofereceu a Marcelo, como voluntário, para escrever os discursos da presidência da comissão de celebrações para os próximos dois anos. Marcelo recusou, alegando que Marco Paulo e Júlio Isidro também já se ofereceram para fazer o mesmo e que é preciso que haja alguma rotatividade na escolha dos leitores.
Para além disso, Marco Paulo e Júlio Isidro não nasceram em Portalegre, o que é muito mais seguro para a Presidência. Pelo menos, já não vai haver o perigo de ter que mandar um recado à pressão a António Costa, a avisar que é necessário desviar a construção do aeroporto do Montijo para Portalegre nem subsidiar a Thyssen e a Otis para transferirem as respetivas sedes para Bragança ou Viseu. Nem mesmo construir mais escadas para lavar, nos condomínios em Beja, Chaves ou Vila Real.
De qualquer forma, para evitar polémicas com a questão de falta de ocupação no interior, não era necessário sanear João Miguel Tavares. Bastava contratar Fátima Felgueiras para escrever os textos das celebrações do 10 de junho e o povo começava logo a achar que isto era uma espécie de Brasil, com muito sol e banhos, como em Copacabana; uma outra alternativa era pegar nos blogueiros todos que há por aí, neste país, e atirar com eles para Barrancos, que o nosso interior passava rapidamente a ser, não só, o centro mais desejado da Europa, como também o local mais opinativo e democrático do mundo, do dia para a noite, acompanhado, claro está, da Remax e da subida geral, sideral e especulativa dos preços por m2, nas moradias e apartamentos.
Já agora, que Marcelo não se esqueça de -no caso de José Sócrates, Ricardo Salgado, Álvaro Amaro, a ex-diretora da Raríssimas, Paula Brito e Costa, e o gerente desaparecido do restaurante Made in Correiros, alguma vez, vierem a ser condenados na justiça (algo ligeiramente improvável de acontecer) -sugerir aos magistrados que os enviem para o estabelecimento prisional de Évora, como medida de estímulo e recuperação demográfica do nosso interior.
Saudações.
Pap...