Uma cana de pesca para o meu avô - Gao XingJian
O homem até é Prémio Nobel, mas "só" isso!... descrevo aquilo que senti na leitura destes contos como algo que paira entre a anestesia e o ataque de bocejo.
Iniciou bem com os primeiros contos. O acidente é uma história estranha, violenta e cativante - e eis que se começa a sentir, a partir daí, uma certa redundância. O texto que dá corpo ao título deste volume foi, por exemplo, uma autêntica deceção. Pensei em desistir, porque a minha vida é curta e há muito por aí que mereça ser lido, à espera. Ainda lhe quis dar o benefício da dúvida, fingindo que não me estava a sentir enfadado, afinal, o homem até era " Prémio Nobel", condição que, para alguns leitores, é mais do que imediatamente suficiente para elevar um texto à categoria de "obra-prima" !
Notoriamente, alguns contos são mais estimulantes do que outros, ainda assim será verdade. Por isso, a obra merecerá leitores mais sensíveis e mais identificados com a cultura sin.
As alegadas recordações de infância e a propalada "simplicidade das alegrias" criam um embrulho bonito,com um laço de encantar - uma expetativa alta e que acaba furada. O texto foi-me desconsolado, desengraçado... e a nostalgia da cultura oriental pariu um rato!
Quanto a mim, enquanto leitor, parto para outra, que se faz tarde, e não faltam prateleiras cheias de coisas interessantes, a merecer atenção.