O cliente final é que paga...
A vida nunca esteve tão fácil para quem já morreu. Sacaninhas! Neste 1 de novembro de 2021 os níveis de inveja certamente que irão subir durante as visitas aos fiéis defuntos nos nossos cemitérios, tomando a pirose conta da alma dos que por cá andam. Confirma-se que nenhum defunto contraiu COVID-19 durante os dois últimos anos e dificilmente nos parece que a pandemia atacará, num futuro mais ou menos próximo, quem quer que seja, dentro deste segmento social. Também não há testemunhos de ter sido vista alguma alma penada obrigada a usar máscara nas trombas. Acrescem, ainda, a isenção de impostos, sobretudo IRS, Segurança Social, dispensa no IVA e PEPC - pagamento especial por conta. Para muitos, estaria tudo pensado e alguns puseram-se a andar desta vida, em hora conveniente, com ela toda fisgada! Cumpre-se, mais uma vez, a máxima que diz que " ...quem tem olho em terra de cegos é rei...".
Uma opinião: quem quiser falecer, ainda deve ir a tempo, antes que se veja obrigado a atestar o carro com água da torneira (ou o que sobrar dela!). Ou antes que caia em risco de ter novamente que procurar, num frenesim, papel branco de rolo para fazer a higiene dos rabinhos reais, no meio de novas cenas de pugilato, em centros comerciais e hipermercados, tal como já aconteceu num passado recente. A gestão a duodécimos também não causará transtorno, por mais que alguns gurus políticos o dramatizem. Já para não falar da despreocupação máxima com desemprego, preço da farinha a subir, retalho a ameaçar encarecer o pescado, ameaças de prateleiras sem vodka, pistas de danças sem bêbados ou fábricas de eletrónica a passo de tartaruga na China e Silicon Valley. Para quem der o último suspiro, nos próximos tempos, bem que se pode estar a F****... para isso tudo. Descanso de "vida"!
Os defuntos são, efetivamente, muito sortudos! O nicho mais bafejado pela Fortuna e pelo Fado. Que sorte não estarem "cá"! Vá lá um morto saber da tensão que para aqui vai, deste "lado", com a escassez dos brinquedos de Natal, em outubro. Com as eleições antecipadas, em janeiro. Com o fecho do gasoduto da Argélia, em dezembro. Com o decréscimo de 1% nas vendas de tramp*s pela TV. Com a ameaça de desaceleração na infestação de IPHONES em 2022! Essa, então, é que não pode! Como vamos sobreviver? E nem são para aqui chamados o terceiro lugar do Benfica, as ameaças de um novo canal de notícias e a concorrência de lojas de roupa nas redes sociais. Senhores falecidos, isto está de morrer!
Pap...