Ilhéus atestam com Diesel no Porto da Madalena
No caso do Costa Concordia, ainda se tornaria natural fazer um esforço para perceber o sucedido. Seria normal que o comandante quisesse impressionar a multidão e dizer adeus às turistas descascadas que se estariam a bronzear, com luxúria, nos rochedos. Vai daí e o moço toca de aproximar o autocarro aos bancos de areia, para acenar às peitudas e tirar-lhes umas fotos. Há até quem diga que, no convés, o Imediato italiano terá mandado os grumetes que estavam de serviço irem a correr buscar o stock de binóculos a bordo, para acudir à situação e aproveitar as vistas.
Já no caso da Madalena do Pico tudo fica mais difícil de explicar, porque as cagarras eram os únicos seres que estariam por ali, àquela hora, e a quem o capitão poderia acenar a dizer adeus. Aonde quereria o raio do homem aproximar o ferry e apontar os binóculos? Quem é que passa as cartas de condução aos condutores de barcos na Ilha do Pico? A prioridade também se faz pela direita ou o sistema de navegação veio da anglosaxónia? Provavelmente algum aparelho fabricado em Southampton.
Nem tudo é mau: colocando de parte a questão ambiental, ninguém se magoou - apenas uns banhos frios e repentinos no Canal do Vitorino. Os combustíveis vão até descer de preço na próxima semana, lá para os lados do Pico. Quem quiser atestar é aproveitar a oportunidade e aparecer pelo porto com um jerrycan. Que se livrem é de alguém se lembrar de acender um fósforo nas imediações do cais, ou não vá a ilha ficar com um alto de 2351 metros numa ponta, e uma cratera de 2351 metros de profundidade na outra. Para meter mais água já bastará o Mestre Simão.
Papagaio
Costa Concórdia Mestre Simão