Pirralhos do Primeiro - Carta Postal: O Pai Natal Atrasado
Diz-se por aí, que na Lapónia, “coisa e tal”: os duendes adormeceram e não fizeram o habitual. Quase ficavam as prendas por entregar, os embrulhos por amarrar, São Nicolau a chorar e o pinheirinho por enfeitar. As renas esquecidas no redil, sem cumprir o seu papel, com o trenó a voar.
Pai Natal não ficou contente, pôs-se aflito e apressado a caminho do oriente; depois, pelo poente, voou até ao Brasil, à Irlanda e ao Nepal, a entregar a prenda atrasada na quadra celestial.
No meio da confusão cá chegou a Portugal. Foi então que o Pai Natal resolveu aparecer, aos tombos, pela nossa porta do quintal. Já passava da meia-noite, estava então o avô Marcial a acabar de ler o seu jornal. Era mesmo meia-noite!!! A menos que o relógio estivesse a bater mal!
Mas que grandessíssimo aranzel!...entrar, lá agora, feito tonto pelo quintal e a deixar as prendas mesmo junto ao beiral!...se o avô desse com esse taful do Pai Natal,ahhh!, iria ser mesmo um enorme festival! Ai iria!, por sinal, que o avô até pode ser torto das costas, mas não é nenhum caracol. Ainda joga futebol e não gosta de convidados, todos sorrateiros, sem dar ponta de sinal, a pisar as plantas e legumes semeados no nabal. O avô Marcial, ao ver o estrago no quintal, até ficava azul! Mas que grande pincel! Ó Pai Natal, compra lá um lençol, amarra-o à chaminé e desce antes por lá, que a avó Maria José já te preparou um farnel com bolinhos e sumol.
Nesta época tão especial desejos de Feliz Natal!
Assinado: Pai Natal