Sobe, BALÃO sobe!
No caminho de manhazinha para o emprego, viémos desconfiados a olhar para o céu, a tentar perceber se aparecia algo escondido e sinistro lá no alto; não ocorra o caso de haver sinais esquisitos por cima das nossas cabeças, nos ares portugueses.
Eles andam aí!!! Por todo o lado! Já terão sido avistados em 40 países diferentes, incluindo na Feira de São Mateus. No estado em que a coisa se está a afiambrar, ainda vamos ter de ligar ao Pentágono e ao Justin T. para telefonarem outra vez aos seus F-22, a pedir para fazerem pontaria pesada sobre balões (ou serão extraterrestres?).
Exercer cidadania é isto mesmo! Em Lisboa é mais difícil, sabemos, por força do trânsito. Andar com o nariz virado para cima, não é muito aconselhável, não vá alguém montar com os chifres num semáforo, num camião de caixa aberta carregado de presuntos vivos e fedorentos, ou num Billboard muito dispendioso a fazer publicidade às infames missas da juventude internacional! Deus livre!
Como, por aqui, afastados da cidade, passa menos gente, - nós percebemos as limitações agrestes dos automobilistas e peões, nas zonas urbanas com horas de ponta caóticas!, - fazemos o trabalho pelo cidadão transeunte atrapalhado e stressado da cidade e aproveitamos para colocar a cabeça nas nuvens por ele. Se batermos com os nossos cornos, o mais certo é que seja contra alguma carroça cheia de abóboras ou batata rambana e nós, respeito para com os animais, o seu bem-estar e as suas dores, não temos nenhum, efetivamente!
De resto, o varrimento dos céus portugueses lá terá que ser realizado mesmo assim, através da boa vontade e da consciência cívica e comunitária de cada portuga - seja por falta de NORAD, seja por falta de SIRESP que, este último, e ao que continua a constar, ainda não funciona devidamente, apesar de ter saído bem mais caro que o superradar americano! Somos muito bons a fazer negócios e ajustamentos, como se vê! Aliás, como atesta, por exemplo, o esquema arranjado na montagem do mais recente altar!
Voltemos: a tal famosa antena móvel "SIRESP de comunicações da Proteção Civil Portuguesa," - para sermos assertivos e ainda que machuque os nossos egos e a nossa imagem enquanto povo, - não vale a pena! Nunca chegámos a poder contar com ela; estamos em crer que, nem que a pusessem na gaita do meio do Marquês, a um sábado à tarde, com os walkie-talkies, sondas e microfones todos de rastreio agarrados, jamais conseguiria topar uma manifestação de professores enraivecidos a gritar "fora o Ministro!" ou a atirar "seis anos e seis meses!" pela boca fora, quanto mais, agora, encontrar balões chineses travestidos na estratoesfera ou extraterrestres escondidos atrás das nuvens!
Pap...