Super-Homem, Supermercado, SuperPop, SuperNanny...
Eu tinha prometido a mim mesmo que não iria comentar as últimas notícias vindas a público, a propósito do programa SuperNanny. E julgava ter uma razão muito forte para isso - efetivamente, o Papagaio, não conhecendo o programa, porque nunca o tendo visto, cairia no ridículo e no hipócrita, ao querer falar sobre aquilo que não sabe.
Cometi um erro crasso! Acontece que, de lá para cá, talvez eu seja levado a mudar significativamente de opinião. Eu não vi o programa, mas a Ama Teresa Paula também não é mãe, - nunca o foi, ao que consta!, nem terá sentido as esclarecedoras dores de parto - e isso não a impediu de se armar em tutora e babysitter dos filhos dos outros e consultora dos progenitores, como se tivesse muita experiência parental. Se tudo isto for verdade, penso que já terei um pouco mais de à vontade para comentar.
Dirão alguns: mas não é preciso ter filhos para se poder falar sobre parentalidade! Corretíssimo! Há muita gente que nunca deu um chuto numa bola e que gostava, ainda assim, de ser jogador de futebol num clube importante. Outros, ainda, não distinguem um "há" de um "à", mas escondem a vontade secreta de um dia escreverem um bestseller que rivalize com os do JRS. Há bloguistas que mal saberão fazer um ovo estrelado, ou que confundem um carapau de escabeche com uma sardinha assada, mas que não deixam de visitar, avaliar e comentar, com suposta propriedade, as receitas dos(as) cozinheiros(as) que trabalham em restaurantes com estrelas Michelin.
José Saramago era serralheiro mecânico e tirou o ensino básico com dificuldade, o que não o impediu de se transformar num prémio Nobel da Literatura. José Sócrates fazia frequências ao domingo da parte da manhã e acabou em Primeiro Ministro! Anselmo Ralph não tem voz que o valha e é júri num superprograma musical. O Super-Homem não tem asas, mas porque Hollywood lhe paga, farta-se de supervoar como se tivesse.
Por todos estes superexemplos e muitos mais que podiam ser abordados, mas que aqui não cabem, deduz-se que se pode ser supersolteiro e supervirgem e ir-se parar, à mesma, a um programa milionário de televisão, fazendo-se um brilharete mediático, apoiado em premissas teóricas, no saber livresco e em conteúdos empíricos. Aceite-se!
A Super Ama Teresa tem todo o nosso superapoio, bem como o direito a aparecer no horário nobre da SIC e a retirar daí todo o protagonismo e cachet que lhe for possível. Da minha parte, estarei disponível para, em modos de reality show, e propondo os meus serviços práticos de Super-Papagaio, a preços bastante sociais - supertarifa em promoção - lhe dar uma ação de formação prévia, dedicada ao tema: "A SuperCegonha de Paris, a SuperQueca e o Vai Masé Fazer um SuperFilho".
Papagaio